Waldemar Rodrigues da Paixão (Ilha de Maré, 1916 - Salvador, 1990), mais conhecido como Mestre Waldemar, é um mestre de capoeira baiano. A fama de Waldemar como capoeirista e mestre de capoeira aparece nos anos 1940. Ele implantou um barracão na invasão do Corta-Braço, futuro bairro da Liberdade, onde se jogava capoeira todos os domingos.
Durante os anos 50, a capoeira dele na Liberdade atraiu acadêmicos, artistas e jornalistas. Os etnólogos Anthony Leeds em 1950 e Simone Dreyfus em 1955 gravam o som dos berimbaus. O esculpidor Mário Cravo e o pintor Carybé, também capoeiristas, frequentam o barracão. Mais tarde, a maior parte dos capoeiristas de nome afirmam ter ido na capoeira de Waldemar, na de Mestre Cobrinha Verde no bairro de Nordeste de Amaralina até na de Mestre Bimba.
Waldemar, como bom capoeirista, andou na sombra. Ficou discreto sobre suas atividades e breve em sua fala. Mal existem fotos dele antes de velho. Não procurou a fama e, apesar de seu notado talento de cantor e de tocador de berimbau, não integrou muito o mercado de espetáculo turístico. Também, a música que se escuta nas gravações de 1950 e 1955 é coletiva, sempre tendo, ao menos, um diálogo de dois berimbaus.
Velho e impossibilitado de jogar capoeira e de tocar berimbau pela doença de Parkinson, Waldemar ainda aproveitou um pouco do movimento de resgate das tradições dos anos 1980, cantando em diversas ocasiões e gravando CD com Mestre Canjiquinha.
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